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ITA obtém a concessão de carta patente internacional na área de Engenharia Biomédica

A Agência de Patentes americana concedeu, no dia 09 de março de 2018, ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, a carta patente US9,861,445 B2, intitulada:

Portable Device for Identification of Surgical Items with Magnetic Markers, Method for Identifying Surgical Objects with Magnetic Prevention of Retention of Surgical Items with Magnetic Markers”.

 

Nesta carta patente, encontram-se arrolados a titularidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, e os autores inventores, o Professor Osamu Saotome, da Divisão de Engenharia Eletrônica do ITA, o Major-Brigadeiro Doutor José Elias Matieli, Assessor Especial da Área Médica ao Reitor do ITA e mais dois alunos de mestrado do ITA (à época), Evaldo Carlos Fonseca Pereira e Vagner Rogério dos Santos. Trata-se de primeira carta patente concedida pela Agência Americana de Patentes exclusivamente ao Instituo Tecnológico de Aeronáutica – ITA. A invenção decorre da interação de conhecimentos, oriundos da área médico-hospitalar, apresentados pelo Maj. Brig. Méd-R1 José Elias Matieli, aliada `a experiência teórica e prática em Engenharia Eletrônica apresentada pelo Prof Osamu Saotome e seus alunos.

 

A invenção foi concebida e desenvolvida no ITA, com a proposta de identificar objetos cirúrgicos retidos em cavidades do corpo humano, após intervenções cirúrgicas.

 

A proposta da pesquisa consiste em marcar previamente os instrumentais cirúrgicos com marcadores magnéticos, facilitando sua identificação ao término do ato operatório, valendo-se de dispositivo portátil que detecta essas emissões magnéticas, e dessa forma, confirma o esquecimento do material cirúrgico retido na cavidade que sofreu a intervenção operatória. O método proposto é oriundo de tecnologias de eletrônica aplicadas `as áreas aeronáuticas e/ou espaciais. A técnica desenvolvida é adequada para ser utilizada em centros cirúrgicos, pelo fato de possuir um sistema embarcado portátil, leve, de fácil manipulação, baixo consumo de energia sem sofrer interferência com equipamentos eletrônicos do ambiente.

 

O referido dispositivo caracteriza-se também por sua importância na prevenção de complicações cirúrgicas e pendengas judiciais decorrentes de erro médico, além de reduzir os custos diretos, indiretos e intangíveis na saúde, `a medida em que reduz as reinternações, gastos com medicamentos e sofrimento dos pacientes. Não exige mão de obra qualificada e permite ser operacionalizado em qualquer espaço hospitalar, sem a necessidade de obras ou aquisição de outros equipamentos.”.

 

Para o Major Brigadeiro Médico reformado José Elias Matieli essa patente representa a solução desses problemas: “o esquecimento de pinças, compressas e gazes, no interior de cavidades naturais do organismo, por ocasião de intervenções cirúrgicas, é bem mais frequente do que o registrado na literatura médica. Tal erro médico traz como consequência diversos contratempos que podem culminar na morte do paciente, complicações pós-operatórias arrastadas, infecção hospitalar, período de internação além do esperado, elevação drástica dos custos e queda na qualidade da assistência médica, judicialização das complicações ao erro da equipe cirúrgica.

 

 A possibilidade de dispor de equipamento que possa alertar precocemente a equipe cirúrgica sobre a retenção desses materiais utilizados no ato operatório, permitindo, prontamente, localizá-los e retirá-los antes do término da cirurgia, irá evitar que tais esquecimentos sejam diagnosticados tardiamente, muitas vezes após anos, requerendo cirurgias vultuosas e de riscos elevados para a sua retirada.

Há que considerar a penalização civil e criminal sobre a instituição hospitalar e sobre o profissional de saúde, deixando marcas indeléveis para a reputação institucional e profissional.

 

O invento, ora em apreciação, consiste de equipamento simples, de baixo custo, portátil, com possibilidades de uso em nossos hospitais remotos, localizados em áreas desassistida e carentes de manutenção, podendo ser utilizados pelo SUS.

A proposta do sensor se presta ao uso em um país pobre como o Brasil, atendendo ao principio de invenções simples, práticas, de baixo custo, mas com elevado apelo de emprego.

 

Fonte:Divisão de Comunicação Social.