Na última década, o orçamento do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) cresceu vertiginosamente. No intuito de manter a oferta de cursos de engenharia de alta qualidade, a universidade tem investido em muitas obras, que visam modernizar instalações e ampliá-las, de modo que possam atender cada vez mais estudantes, em qualidade cada vez melhor.
Para gerenciar a execução de tais obras, o Comando da Aeronáutica (COMAER) criou a Comissão de Obras do DCTA (CO-DCTA), que tem supervisionado todas as obras realizadas, como no caso da construção do novo prédio da Divisão de Ciências Fundamentais. Outro exemplo é a obra de expansão da quadra H8, que tem por objetivo ofertar maior número de alojamentos aos alunos da instituição.
Tal estrutura necessita de seu bem maior, que são os recursos humanos especializados nas áreas necessárias à universidade. Para tanto, o ITA recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e 80 novos professores ao longo do período. A importância da dedicação das pessoas no cumprimento dos objetivos da instituição pôde ser vista no desenvolvimento do ITASAT, microssatélite lançado em 2018 que, até hoje, envia sinais do espaço aos laboratórios da universidade. Outro exemplo é a assinatura de vários acordos de dupla titulação com universidades estrangeiras, como no caso da École Polytechnique de Paris, na França.
A área espacial teve grande investimento na última década, pois foi criado do Curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial, o Programa de Pós-graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais e o
Centro Espacial do ITA (CEI), que vem trabalhando com a National Aeronautics and Space Administration (NASA) e o Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), além de prestar serviços relevantes para a Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), órgão subordinado ao DCTA responsável por coordenar os trabalhos relativos à definição e à implantação de sistemas espaciais relativos à defesa, incluindo seus elementos orbitais e a relativa infraestrutura de apoio.
O Chefe do CEI, Major Aviador Pedro Kukulka de Albuquerque, ressaltou os anos de desenvolvimento do projeto, que ocorreram por meio de diversas atividades que envolveram o ITA e a FAB. “O CEI tem como objetivo diminuir a dependência internacional e valorizar os recursos internos do Brasil na área espacial, buscando soluções melhores, mais rápidas e acessíveis para os 22 milhões de quilômetros sob responsabilidade da FAB”, comentou.
Importante destacar, também, que o Centro de Competência em Manufatura (CCM), citado em uma das matérias históricas lançadas pelo DCTA, ganhou nova sede, desenvolvendo vários projetos relevantes para empresas da Base Industrial de Defesa e, mais recentemente, construindo e divulgando um manual de impressão 3D de face shields (máscaras de rosto) para uso no combate à pandemia do coronavírus. Além disso, o laboratório aliou-se recentemente a Fraunhofer-Gesellschaft, associação de pesquisa alemã.
Outro grande laboratório criado no período foi o Laboratório de Bioengenharia, que se aliou inicialmente ao Hospital Albert Einstein. No ano de 2019, o projeto do “Dispositivo de Identificação Portátil de Prevenção de Retenção de Objetos Cirúrgicos com Marcadores Magnéticos” foi patenteado. O equipamento visa prevenir complicações cirúrgicas decorrentes de erro médico relacionado ao esquecimento de material cirúrgico no corpo de pacientes.
“O equipamento pode ser operacionalizado em qualquer espaço hospitalar, sem a necessidade de obras ou aquisição de outros equipamentos. Além disso, é simples, de baixo custo e portátil, o que permite seu emprego em hospitais remotos, localizados em áreas desassistidas ou carentes de manutenção”, declarou o Major-Brigadeiro Médico José Elias Matieli, um dos cientistas responsáveis pela referida patente.
Na atual crise pandêmica, vários professores estão buscando criar soluções para o combate à COVID-19, desde a produção de máscaras e álcool em gel, até novas tecnologias e ferramentas computacionais. Um desses projetos é o desenvolvimento de um equipamento capaz de detectar a presença de coronavírus no ar. O trabalho será desenvolvido pelo Laboratório de Bioengenharia do ITA, que atuará em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e o Laboratório de Genômica Médica do Hospital A.C. Camargo Cancer Center.
“Iniciamos hoje uma nova década, que trará grandes mudanças para o mundo, transformado pela pandemia que estamos enfrentando. Em vez de temermos seus impactos, nos colocamos à disposição do país para ser parte da solução”, afirmou o Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, sobre a atuação da universidade no combate à pandemia.
ITA comemora seus 70 anos
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), organização de ensino subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), comemorou, na manhã do dia 22 de maio, seu septuagésimo (70º) aniversário de criação. No intuito de celebrar tal data, um pequeno ato interno foi realizado na área externa do novo prédio da Divisão de Ciências Fundamentais, levando-se em conta todas as regras sanitárias vigentes para o combate a COVID-19.
Estiveram presentes o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral; o Diretor do DCTA, Major-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara; o Vice-Diretor do DCTA, Major-Brigadeiro do Ar Ricardo José Freire de Campos; o Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia; o Prefeito da cidade de São José dos Campos - SP, Felício Ramuth; o Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Darcton Policarpo Damião; o Diretor de Desenvolvimento Tecnológico da EMBRAER; o Vice-Presidente Comercial da Avibras, Leandro Villar; entre outras autoridades. Durante o ato, foi exibido um vídeo com discursos do vice-presidente da República, General Antônio Hamilton Martins Mourão, do Ministro da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, e do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Na ordem do dia alusiva ao aniversário do Instituto, o Reitor do ITA relembrou a trajetória percorrida, os desafios enfrentados e a posição de destaque que o ITA possui no ensino de engenharia. “70 anos. Sete décadas. Muitos momentos emocionantes ao longo do período. Sob a ótica racional, tudo o que alcançamos até hoje seria inimaginável na década de 1940. São muitos feitos, muitos heróis envolvidos em cada avanço conquistado. Seria difícil dizer qual década foi mais marcante, pois cada uma delas apresentou vários desenvolvimentos muito relevantes”, ressaltou o Reitor em seu discurso.
Após o ato de comemoração, algumas das autoridades presentes foram visitar o Centro Espacial do ITA, inaugurado em janeiro deste ano, que tem como missão “Capacitar as melhores mentes, explorar e inovar em pesquisas científicas e tecnológicas, metodologias e parcerias dentro da área de Sistemas Aeroespaciais, suprindo a demanda de mercado e contribuindo no avanço tecnológico Brasileiro”.
Como pôde ser visto ao longo dos últimos sete dias, nos quais o DCTA e a FAB divulgaram uma série de matérias jornalísticas contando a história do ITA desde a sua criação, a universidade mostrou-se presente em diversos momentos da história nacional, como na construção do motor a álcool, no projeto da aeronave Bandeirante, ou na parceria ítalo-brasileira que deu origem ao AMX, aeronave de caça denominada A-1 na Força Aérea Brasileira.
O resultado do empenho de todo o capital humano que atuou no passado, ou atua na atualidade, trouxe grandes frutos para a nossa indústria, para a academia e para a ciência nacional. O ideal do Marechal do Ar Casimiro Montenegro de dotar o País de uma estrutura aeroespacial pujante é evidenciada no quadro abaixo, que traz alguns exemplos de brasileiros de sucesso ao longo da história do ITA. Importante destacar que tal lista é apenas exemplificativa, uma vez que a universidade conta com diversos outros casos de egressos que fazem a diferença na Tríplice Hélice (Academia, Indústria e Governo) do desenvolvimento tecnológico.
Leia as demais matéras sobre o Especial 70 anos da criação do ITA :
Fonte: DCTA, por Sargento Anderson - Informações: ITA
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Flávia Rocha
Revisão: Capitão Oliveira Lima
Fotos: Suboficial Daniel / ITA e Arquivo