Entre os dias 29 de outubro e 1 de novembro ocorreu a 13ª edição da Competição Brasileira de Robótica (CBR) juntamente com a 14ª edição do Competição Latino-Americana de Robótica (LARC). O evento ocorreu em Uberlândia batendo recordes de participação de candidatos: 187 equipes participaram da competição.
A equipe de robótica formada por alunos da Graduação e um da Pós-Graduação do ITA levou 35 membros para a competição, superando muitos desafios nas cinco categorias em que participou. Um dos resultados obtidos chamou bastante atenção para a equipe: o quarto título consecutivo de primeiro lugar na categoria Robocup 2D Soccer Simulation, uma categoria simulada com foco no uso de algoritmos de inteligência artificial para montar estratégias que possam ganhar jogos de futebol em um ambiente virtual. Com isso, a equipe alcançou seu quinto título nessa modalidade.
Além desse importante título, na categoria Robocup Soccer 3D Simulation a equipe subiu ao pódio para receber o prêmio de segundo lugar nacional. Nessa modalidade, também simulada, são desenvolvidas estratégias para que robôs humanoides virtuais ganhem uma partida de futebol. Nesse caso, a física do ambiente virtual também é simulada, juntamente com os detalhes das juntas de um humanoide, o que torna a categoria um dos maiores desafios dentro da CBR. “Acredito que se usarmos bem nossos esforços para o trabalho, conseguiremos desenvolver o melhor time a nível nacional em 2016”, fala Francisco Muniz, líder dessa modalidade na ITAndroids.
O grupo também apresentou bastante evolução na categoria IEEE Very Small Size, ficando em quarto lugar nacional. Essa modalidade, que possui robôs físicos, consiste em um campeonato de partidas de futebol entre times de 3 pequenos robôs, com regras de arbitragem definidas. Nessa competição, a participação recorde de 30 equipes levou a um modelo de campeonato com fase de grupos, oitavas de final, quartas de final, semifinais e final, igual ao de uma copa do mundo de futebol. “O maior número de equipes em relação ao ano de 2014 assustou, mas procuramos transformar essa primeira impressão em motivação. Jogo após jogo, melhoramos nosso time permitindo que chegássemos pela primeira vez na semifinal. Dessa fase em diante disputamos contra dois times muito bons que renderam muitos aprendizados para a melhoria dos projetos nos próximos anos. Sem dúvida, estar entre os quatro melhores do Brasil é fruto da dedicação de cada membro”, conta Lucas Lugão Guimarães, líder da categoria na equipe.
A ITAndroids também participou das categorias IEEE Standard Educacional Kit (SEK) e do futebol de humanóides. Apesar dos bons resultados, a missão do grupo de robótica é ensinar, pesquisar e desenvolver engenharia através dos projetos de robótica. “O mais importante é aprender com pessoas experientes em sua área, cumprir as tarefas para movimentar o projeto e usar as técnicas e ferramentas matemáticas mostradas em sala de aula para a confecção de robôs, o que motiva ainda mais o estudo das teorias vistas na graduação ”, comenta Felipe Celso, membro da ITAndroids e aluno da graduação do ITA. “Ferramentas mais robustas como transformações matemáticas avançadas e cálculo com variáveis complexas são sim poderosos artifícios usados na prática, que além de modelar sistemas físicos, nos fornecem poder de compreensão sobre os problemas que podem estar acontecendo com o projeto”, acrescenta o aluno.
Mesmo com desafios a serem superados nas competições, os membros da ITAndroids ainda acham que os desafios do grupo não se encontram somente na área técnica. “Além de estarmos percebendo mais o quão complexo é gerenciar projetos de alto nível técnico, enfrentamos uma época em que os recursos financeiros estão mais difíceis de serem adquiridos”, relata Téssio Perotti, ex-diretor executivo da equipe. “Por conta dessa falta de recurso, os membros tiveram que trabalhar com servomotores de baixa qualidade no humanoide, o que praticamente inviabilizou competir nas categorias de futebol e de corrida de humanoide. Essa situação fez com que precisássemos ainda mais da ajuda de nossos patrocinadores, Radix e MECTRON, e também do ITA, que ofereceu o transporte para a competição, além de disponibilizar seus laboratórios de Guerra Eletrônica e Sistemas Computacionais Autônomos. Somos muito gratos a todos pela ajuda”, acrescenta Téssio.
A equipe acredita ter evoluído muito desde o ano passado e espera em pouco tempo se tornar referência a nível nacional em projetos de robótica e ser competitiva a nível internacional. “A participação da RoboCup esse ano foi uma experiência muita enriquecedora, pois pude ter contato com alguns dos melhores grupos de pesquisa em Robótica Móvel do mundo”, comenta Marcos Máximo, coordenador da equipe. A Robocup é uma competição internacional de robôs que visa fomentar desenvolvimentos gerais nas áreas de Robótica e Inteligência Artificial. A Robocup 2016 acontecerá em Leipzig na Alemanha. “Além de competições externas como a LARC e a Robocup, ainda nos preocupamos com a divulgação de nossos projetos dentro da nossa instituição de ensino, e por isso faremos um Workshop terça-feira (10/11) no Auditório B do prédio da Eletrônica e Computação do ITA, de 16:30 às 18:30, apresentando as soluções técnicas dadas para os desafios presentes em cada projeto”, acrescenta.