Projeto Brasil Adaptação 2040: cenários e alternativas de adaptação à mudança do clima é referência na busca de estratégias para a prevenção da vulnerabilidade
No final de 2015, a extinta Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), encomendou a um grupo de instituições nacionais de excelência uma avaliação do impacto das mudanças climáticas em diversos setores econômicos, com o objetivo de sugerir estratégias de prevenção à vulnerabilidade. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) participou desta iniciativa com a análise da vulnerabilidade da costa brasileira e de impactos das mudanças climáticas sobre a drenagem pluvial em grandes cidades.
Coordenado pelo professor Wilson Cabral de Sousa Júnior, do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da Divisão de Engenharia Civil do ITA, o estudo teve como base modelos climáticos globais regionalizados e foi elaborado com o objetivo de subsidiar a Política Nacional sobre a Mudança do Clima e o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima.
Recentemente, os resultados desse estudo vieram à tona por conta das ressacas das marés altas que atingiram pelo menos quatro Estados das regiões Sul e Sudeste do país, provocando danos em inúmeras cidades.
No começo deste mês, o professor Wilson Cabral e o pesquisador Vitor Zanetti, cujo doutorado foi concluído no âmbito do projeto, concederam uma entrevista ao jornal britânico The Guardian sobre a importância do estudo Brasil 2040 e a necessidade urgente de lidar com medidas adaptativas às vulnerabilidades da costa brasileira.
Vitor Zanetti pede atenção ao governo e à sociedade local sobre o que foi previsto no estudo Brasil 2040. Segundo ele, as ondas de quase quatro metros que despejaram toneladas de areia em estradas e prédios no final de outubro no Rio de Janeiro foi um evento climático extremo. “Uma afirmação que a maior parte dos cientistas do clima concorda é que deveremos enfrentar tais eventos climáticos extremos com maior frequência”, disse em entrevista.
Sobre a gravidade do fenômeno climático
Na década de 1990, as ondas de tempestades causadas pelas ressacas das marés altas ocorriam aproximadamente uma vez por ano. Desde 2010, elas chegaram a atingir o Rio de Janeiro cerca de cinco vezes mais. Em abril deste ano, duas pessoas foram mortas quando as ondas alcançaram um trecho de 50 metros da ciclovia Tim Maia, poucos meses depois de ter sido construída.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social - ITA
Adaptado de: The Guardian