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Instituto Tecnológico de Aeronáutica

Satélite desenvolvido pelo ITA é lançado pela NASA e SpaceX

Embarcado na cápsula Dragon, a bordo do foguete Falcon-9, o SPORT decolou com destino à Estação Espacial Internacional

 

Publicado em 05/12/2022 – 13h10

 

O Satélite SPORT (Scintillation Prediction Observation Research Task ou Tarefa de Pesquisa Observacional de Previsão de Cintilação) desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a NASA - National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) e as universidades americanas de Utah, do Alabama e do Texas, foi lançado com sucesso ao espaço no dia 26 de novembro, às 16h55, horário de Brasília, com destino à à Estação Espacial Internacional (ISS - International Space Station).

Embarcado cápsula Dragon, a bordo do foguete Falcon-9, da empresa americana SpaceX, decolou a partir do Kennedy Space Center (Flórida/EUA) fazendo parte da 26ª missão de reabastecimento da ISS (CRS-26).

Doze minutos após o lançamento, a cápsula Dragon foi colocada em órbita. No dia seguinte, às 9h30, a Dragon fez a acoplagem na ISS com pleno sucesso. Da ISS, o SPORT será lançado, em breve, para sua órbita de observação no espaço.

Na base americana estava presente, para assistir ao lançamento in loco, o gerente do projeto SPORT, Professor Doutor Luís Eduardo Loures da Costa. O Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Augusto Teixeira de Moura, que esteve no Kennedy Space Center dias antes para a primeira previsão de lançamento, marcou presença no centro espacial através da exibição de um vídeo com uma entrevista sua sobre o envio do satélite brasileiro ao espaço. A AEB foi a responsável pela assinatura do Memorando de Entendimento com a NASA para desenvolvimento desse projeto.

Com a expectativa do lançamento, reuniram-se em auditório do ITA para assistirem à transmissão on line do evento, o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, o Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, dirigentes, pesquisadores da equipe de desenvolvimento do satélite brasileiro e familiares.

“É muito emocionante! São mais de cinco anos de dedicação integral a este projeto. É uma grande alegria ver este trabalho de equipe se concretizando. O SPORT é um projeto bastante complexo que exigiu muito trabalho de equipe do Brasil e dos Estados Unidos. Foram  enfrentandos desafios técnicos e uma pandemia.”, ressaltou a coordenadora técnica do Projeto SPORT, a mestre em ciências pelo ITA Lidia Hissae Shibuya Sato.

A missão do nanossatélite brasileiro é investigar o clima espacial, fazendo uma série de medidas in situ da ionosfera. Esta camada da atmosfera fica situada entre 100 e 800 km de altitude em relação a superfície da Terra e é uma região extremamente importante para algumas atividades humanas, tais como a transmissão de ondas de rádio e a navegação por sinais de GPS, entre outras. O que ocorre é que na ionosfera, principalmente nas regiões próximas ao equador magnético, existe uma susceptibilidade à formação de bolhas de plasma e cintilações, agravada pela ocorrência de tempestades solares, que causam interferências, distorções e perda de precisão nas atividades mencionadas.

Com a coleta de dados sobre estes fenômenos, espera-se ter informações suficientes para a realização de estudos capazes de desenvolver modelos que predigam e minimizem os efeitos negativos do clima espacial nas atividades humanas no nosso planeta.

Para o Reitor Anderson, “o ITA cumpre sua missão de desenvolver técnicos capacitados nas áereas de atividades aeroespacial. Cada desafio é uma oportunidade de crescimento de nossa capacidade de ensino e desenvolvimento. É uma grande realização que estamos tendo com o lançamento do nosso satélite”.

O desenvolvimento, a integração e os ensaios da plataforma do SPORT foi a parte do projeto realizada pelo Centro Espacial ITA (CEI). Ao INPE coube a tarefa de realizar o comando e controle do satélite, receber os dados, tratá-los e disponibilizá-los para a comunidade científica. As universidades americanas foram responsáveis pela carga útil instalada no satélite, ou seja, os instrumentos de medição da ionosfera.

Para o Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro Medeiros “conquistar essa expertise na área espacial é mandatório para a Força Aérea Brasileira e para o Brasil. E esse desafio está sendo encarado de frente pelo ITA, que está mostrando para o mundo do que somos capazes, graças à competência e dedicação dos nossos engenheiros e técnicos”.

 

 

Fonte: ITA

Foto: ITA

Edição: ITA

Revisão: ACS-DCTA