A equipe do ITASAT esteve na Holanda, durante as últimas 4 semanas. O objetivo era realizar a completa integração de sistemas, bem como os testes finais do satélite, antes do lançamento, previsto para setembro deste ano.
O ITASAT segue o padrão cubesat (modelo baseado em cubos de 10x10x10cm) e possui 6U, o que torna o satélite mais complexo. Segundo o gerente do projeto, professor e pesquisador Luís Loures, “Durante o período de integração e testes, procederam-se os ajustes que faltavam, com sucesso”. Os testes aconteceram na Innovative Solutions In Space (ISIS), empresa spin off da Universidade de Tecnologia de Delft e uma das mais especializadas em nanossatélites do mundo. Lá, o ITASAT passou por ensaio de vibração nos 3 eixos, bakeout (submissão do satélite a altas temperaturas a fim de se retirar substâncias voláteis), ensaio de ciclo térmico (variação de baixas para altas temperaturas, -20° a 60°C), ensaio de propriedade de massa, além dos demais ensaios funcionais, que já eram feitos aqui.
“A cada teste ambiental eram realizados testes funcionais para avaliar se havia danos causados por aqueles testes, o que não aconteceu. Nossos resultados eram sempre positivos”, explica Lídia Hissae Shibuya Sato, coordenadora técnica do projeto. “Foram semanas em que a gente conseguiu cumprir todas as atividades previstas, com resultados bastante satisfatórios. A equipe esteve muito unida e aproveitou cada momento de aprendizagem. O apoio da ISIS foi enorme, tanto no suporte logístico quanto técnico. Foi uma experiência incrível”, completa.
Dois revisores da Agência Espacial Brasileira (AEB) foram até a Holanda, a fim de verificar o andamento do projeto para a agência. Eles comentaram com a equipe que ficaram satisfeitos com o desempenho, apesar da juventude do grupo, formado principalmente por bolsistas. Junto estava o professor Valdemir Carrara, que acompanhou o início da missão, como responsável pelo controle de atitude, onde verificou os algoritmos de controle do sistema, desenvolvido por ele próprio.
O lançamento acontecerá na Base Aérea de Vandenberg, na California, Estados Unidos, pela SpaceX. O lançador é o Falcon 9, que levará um satélite de grande porte e mais 80 cubesats, sendo apenas três no padrão 6U, incluindo o ITASAT. “O conhecimento gerado pelo desenvolvimento do ITASAT eleva o ITA a um novo patamar de competência no ensino de engenharia aeroespacial, podendo colaborar com outros projetos nacionais, incluindo os de Defesa”, declara professor Anderson Ribeiro Correia, reitor do ITA.