Entre os dias 7 e 11 de novembro de 2017 ocorreu a 15ª edição da Competição Brasileira de Robótica (CBR), juntamente com a 16ª edição da Competição Latino-Americana de Robótica (LARC). O evento foi sediado em Curitiba, Paraná, e contou com equipes de robótica do Brasil inteiro em 12 diferentes categorias de competição.
A ITAndroids, equipe de robótica do ITA formada por alunos da graduação e um professor orientador da pós-graduação, foi representada por 26 membros divididos em 6 categorias no total, sendo que fomos a equipe a conquistar o maior número de prêmios de toda competição. Alguns dos destaques dentre os resultados da equipe foram obter os 1º (robô Darwin) e 2º (robô Chape) lugares da América Latina na categoria Humanoid Racing. Nessa modalidade, robôs humanoides participam de uma corrida numa pista de 4m, buscando realizar a tarefa no mínimo intervalo de tempo possível.
“Estamos muito satisfeitos com o resultado, conseguimos ver o produto do nosso trabalho durante o ano; inclusive o robô Chape, que foi produzido por nós e que nunca tinha competido na modalidade Humanoid Racing, recebeu o troféu de 2º lugar nessa categoria. A competição trouxe muitas experiências e aprendizados positivos para o nosso time.”, afirma Igor Albuquerque, estudante do 2º ano do curso Fundamental e líder da categoria Humanoide.
Seguem abaixo os resultados conquistados pela nossa equipe na LARC 2017, acompanhados de uma breve explicação sobre os objetivos e os desafios em cada modalidade de competição:
- RoboCup Soccer 2D Simulation, tendo subido ao pódio em 3º lugar. Nessa modalidade, que ocorre em um ambiente simulado em duas dimensões(2D), o desafio é utilizar algoritmos e inteligência artificial para montar estratégias de futebol em um ambiente virtual;
- RoboCup Soccer 3D Simulation, conquistando o 2º lugar. O diferencial dessa modalidade em relação ao Soccer 2D é que, mesmo estando em ambiente simulado, os robôs são feitos para serem semelhantes a humanoides reais, gerando desafios de locomoção, chute, passe de bola e outros movimentos que envolvem o uso do corpo inteiro;
- Very Small Size Soccer(VSS), ficando em 6º lugar. Essa categoria consiste num time de alguns pequenos robôs autônomos em formato cúbico, formando um time de futebol que deve jogar sem o auxílio de controle remoto; para isso, há uma câmera que identifica cada jogador e bola durante a partida e, a partir disso, os robôs devem tomar decisões de acordo com a estratégia de jogo;
- Small Size Soccer, ficando em 7º lugar, sendo a sua primeira participação em competição. Semelhante ao VSS, essa categoria possui dimensões maiores e um hardware mais robusto, o que permite maior liberdade de ação e funcionalidades extras aos robôs. Cada jogador consegue realizar chutes (alto e baixo), domínio de bola e passes, além de possuir movimento omnidirecional (pode se movimentar em qualquer direção);
- Humanoid Soccer KidSize, conquistando o 3º lugar, e Humanoid Racing, conquistando os 1º (robô Darwin) e 2º (robô Chape) lugares. O humanoide é um robô que se assemelha a um ser humano na sua estrutura física e deve ser capaz de executar algumas de suas tarefas. Na modalidade Humanoid Soccer KidSize, um time de até 4 robôs é colocado para jogar futebol, tendo como desafios caminhar, levantar-se quando cair, encontrar a bola e o gol, localizar-se no campo e chutar a bola. Já na modalidade Humanoid Racing, o robô deve correr numa pista seguindo uma dada trajetória e deve realizar esse trajeto no menor tempo possível, tendo como desafios gerar um movimento de corrida otimizado, de forma que o robô consiga se locomover o mais rápido possível sem perder o equilíbrio e cair.
“Trabalho atualmente na parte de mecânica do projeto Small Size e isso me proporciona muitos conhecimentos e experiências práticas de engenharia. É muito encantador e gratificante poder aplicar os conhecimentos teóricos que obtenho nas aulas do ITA em um robô que compete a nível nacional. Mesmo estando no curso Fundamental do ITA, no qual aprendemos as bases para a engenharia de forma teórica, sinto que já aprendi muito sobre engenharia e robótica na prática.”, afirma Aloysio Galvão, aluno do 2º ano do curso Fundamental e membro da categoria Small Size.
Os desafios superados pela equipe a cada ano e o avanço indiscutível do grupo são frutos colhidos diante de muito esforço e empenho dos membros. Além disso, o apoio financeiro dos patrocinadores é inegavelmente importante. “Foi somente com o apoio da Micropress (Circuitos Impressos), Altium, Metinjo, Poupex, Rapid (Engrenagens de Precisão), do SolidWorks, LAB-SCA, ITAEx (Turmas 57, 63, 67, 82, 86 e outras), AASD e do próprio ITA que conseguimos diversos recursos essenciais para tornar a participação nessa competição possível, que vão desde pagamento das viagens até a compra de equipamentos e componentes para serem utilizados nos robôs. Por exemplo, com esses recursos conseguimos montar nosso humanoide Chape que conquistou o 2º lugar no Humanoid Racing em sua estreia nessa modalidade, o que mostra que estamos no caminho certo. Somos muito agradecidos a todos.”, afirma Marcos Máximo, presidente e professor orientador da ITAndroids.
A equipe acredita ter conquistado resultados bem expressivos e, mais importante, ter cumprido sua missão de trazer conhecimento, experiência e motivação para que seus membros continuem se desenvolvendo na robótica. Agora o foco da equipe é a competição mundial de robótica, a RoboCup, que reúne universidades e laboratórios de pesquisa mundialmente reconhecidos e que visa fomentar o desenvolvimento nas áreas de Robótica e Inteligência Artificial, trazendo ótimas oportunidade de aprendizado para os alunos e para a pesquisa acadêmica. Em 2018, a RoboCup ocorrerá em Montréal, no Canadá, e a nossa equipe continuará trabalhando intensamente para trazer resultados cada vez melhores para o ITA e para o Brasil.
Foto e texto: Equipe ITAndroids
Edição local: Divisão de Comunicação Social - ITA