As características do poder aéreo do futuro deverão orientar as pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Esse foi o tema da palestra de abertura da 18ª edição do Simpósio de Aplicações Operacionais de Defesa que se encerra nesta sexta-feira (30/09) em São José dos Campos (SP). O evento conta com 340 inscritos, 13 palestras técnicas, cinco minicursos e 58 trabalhos acadêmicos.
“Eu trago uma proa geral para que os trabalhos, as soluções, saiam daqui”, afirmou o Vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior. “A própria Concepção Estratégica [Força Aérea 100] lança essas capacidades de uma força aérea mais moderna, mais integrada com as forças co-irmãs, de uma capacidade dissuasória capaz de desmotivar possíveis hostilidades. Aqui no ITA, temos uma atividade específica para se estudar a parte operacional de emprego da força aérea como um poder aéreo de combate”, detalhou.
O oficial-general também enfatizou o deságio de explorar a área espacial nos próximos anos. De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, a área de defesa cibernética está com o Exército Brasileiro, a nuclear com a Marinha e a espacial com o Comando da Aeronáutica. “A partir de agora isso será intensificado”, disse ao lembrar que a instituição sempre esteve envolvida com os projetos da área, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS).
Desafios e oportunidades da área espacial – A mesa de debates reuniu as principais instituições brasileiras da área para debater desafios e oportunidades de capacitação da área aeroespacial, como Agência Espacial Brasileira (AEB), Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P).
O representante do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marco Chamon, defendeu as pesquisas do programa espacial para a formação de recursos humanos. Para o pesquisador, na área espacial “se aprende fazendo”. “A capacitação de recursos humanos precisa do programa espacial e vice-versa”, explicou. Ele também observou que há um “hiato” em áreas de conhecimento da engenharia e entre gerações de profissionais.
Este aspecto também foi abordado pelo coordenador da pós-graduação do ITA. De acordo com o professor Antonio Passaro, para suprir o lapso temporal na formação de profissionais, desde 2012, o ITA criou um programa de especialização em conjunto com os Institutos de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Estudos Avançados (IEAV).
“Os aprendizes de feiticeiros precisam aprender com os feiticeiros”, comparou sobre as aposentadorias iminentes de uma geração de profissionais brasileiros que construíram o conhecimento da área espacial do país. A partir de 2017, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também passará a oferecer o curso dentro do PPGAO.
Sobre o programa de pós-graduação de aplicações em defesa - O Programa de Pós-Graduação de Aplicações Operacionais (PPGAO) surgiu da análise do Estado-Maior da Aeronáutica de que era necessário estudar o emprego operacional da FAB. Hoje, dispõe de cinco linhas de pesquisa nas áreas de comando e controle e defesa cibernética; sistema de armas; guerra eletrônica; análise operacional e engenharia logística; bioengenharia e defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN). Neste ano, conta com 27 alunos das Forças Armadas. Outros 20 candidatos estão aguardando seleção para ingressar em 2017 no curso.
Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Jussara Peccini
Edição local: Assessoria de Comunicação Social do ITA